O Google Glass pode ser tanto utilizado como um dispositivo de realidade aumentada como de realidade virtual – entenda a diferença com esta publicação -, mas a melhor maneira mesmo é que ele seja seu assistente pessoal. De tão íntimo que essa relação se torna ao longo do tempo, por seu potencial de otimicação e sua capacidade de organização, o Glass se transforma na sua própria consciência.
O Glass pode ser controlado por comando de toque ou por comando de voz. Os comandos gestuais são captados por um sensor multi-toque do lado externo do processador, próximo à têmpora do usuário. Os comandos de voz, passam a ser ouvidos uma vez que você desperta o dispositivo – vê-se a tela inicial mostrando o horário – e pode-se dizer “Ok Glass” toda vez que se precisa que ele execute um comando específico.
A expressão “OK Glass” surgiu de uma feliz coincidência, daquelas que só ocorrem quando se está completamente imerso em uma experiência e constantemente pensando em como melhorar a solução para aquele desafio. A gerente de marketing do Glass +Amanda Rosenberg diz como essa história surgiu a partir de um encontro presencial e uma conversa por email que teve com o gerente de produto do Glass +Mat Balez.
Amanda foi convidada para juntar-se a Mat e sua esposa e viu aquela como sua chance de , primeiramente, impressioná-lo com sua experiência em marketing e, de quebra, jantar de graça. 🙂 Naquela época, ainda não havia uma equipe de Marketing especificamente designada para o Glass e Mat estava em busca de ampliar a equipe.
Amanda foi ao encontro muito tão descontraída que deixou em segundo plano a demonstração da sua competência na área de marketing. No caminho de volta do restaurante, Mat disse a Amanda que sua equipe estava trabalhando numa palavra-chave (hot word) para o Glass, mas Amanda não só não sabia o que isso significava como também não perguntou o que era, apenas fez “cara de conteúdo” enquanto ouvia o discurso dele.
Ao longo da conversa ela deduziu que ele se referia a uma palavra para iniciar as atividades de menu do Glass. Ela tinha uma frase na cabeça, mas, naquele momento, não disse nada, preferiu continuar pensativa e disse, de maneira genérica, que iria pensar sobre o assunto.
Nas horas seguintes, sozinha em casa, Amanda tentou buscar uma “palavra-quente” dentro da sua cabeça. Seu primeiro pensamento voltou a lhe visitar – ‘OK Glass’ -, mas achava que deveria enviar a Mat algo mais audaz e mais opções. Tomando coragem, Amanda decidiu entregar tudo que tinha naquele momento e enviou o simplório “OK Glass”.
Oi, Mat.
Foi muito bom finalmente encontrar você e Flora naquela noite, e eu mal posso esperar para conhecer o Wellington.
Estive pensando muito sobre palavras-chave para o Glass desde que você as mencionou no carro. Aqui estão alguns dos meus pensamentos:O Glass é algo que precisa ser ativado por comando de voz constantemente e, na maioria das vezes, em público. Ele é também um produto extremamente pessoal – apenas para os seus olhos, literalmente -, quase como uma extensão natural do indivíduo.
Eu ponderei cuidadosamente sobre isso pelos dois últimos dias e orbtei ao redor da ideia inicial que eu tive no carro: Ok.
“Ok”, a palavra mais frequentemente utilizada no planeta. Ela denota aprovação, aceitação, concordância, consentimento, ou reconhecimento, mas também é uma expressão frequente para transições de assunto em uma mesma conversa.“Ok” + [uma palavra fixa] = uma expressão fixa, pré-definida que se relaciona com o nome do protudo e o nome da função que será executada:
Ok, Android Ok, Google Ok, Glass
“Ok” + [uma palavra definida pelo usuário] = uma expressão definida pelo usuário para permitir os utilizadores personalizarem a experiência deles e referirem-se ao Glass de maneira mais íntima.
Nome de usuário/abstrato
Ok, Amanda
Ok, Fluffy (desculpe-me, não pude pensar em um exemplo melhor para isso, mas você entendeu o que eu digo).De qualquer maneira, esses são apenas pensamentos iniciais. Eu gostaria muito de discutir mais sobre o assunto ou – se o tiro saiu pela culatra – não precisamos nunca mais tocar nesse assunto.
Atenciosamente,
Amanda
Até que essa solução fosse implementada, muitos testes foram feitos para saber se “Ok Glass” funcionaria, tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista social. Uma semana depois, a palavra-chave da Amanda foi implementada no Google Glass.
Antes de Amanda enviar o que considerava com uma ideia muito simplória, isso era o que Mat tinha antes da contribuição da Amanda:
Listen up Glass Hear me now Let me use Glass to
Go Go Glass Clap on Device, please
3, 2, 1… Glass alive Pew pew pew
Ansiosa pelo início do seu trabalho com a Equipe do Glass, ela perguntou a Mat quando deveria começar, mas aparentemente “não é assim que as coisas funcionam” por lá. Nas semanas seguintes, Amanda foi entrevistada e, desde então, vem “tocando o terror” na equipe do Google Glass.
Essa história demonstra como a equipe do Glass está comprometida com o desenvolvimento dessa plataforma e aberta a receber sugestões, seja da equipe interna, seja dos próprios exploradores e exemplifica como um canal de comunicação aberto pode beneficiar as pessoas. Uma empresa pode obter novas perspectivas a partir da experiência dos seus colaboradores e esses últimos envolvem-se mais com a empresa quando tem suas sugestões levadas em consideração no processo de tomada de decisões.
No mais recente podcast dos Crazy Tech Guys (CTG) conversamos sobre o primeiro evento que organizamos juntos, o Google I/O Extended Brasília, e falamos das possibilidades que são criadas a partir desse tipo de evento. Nos entendemos bem porque sabemos que “networking” não é sinônimo de amizade forçada ou de distribuição de cartão de visita, mas de estabelecimento de vínculos com contatos profissionais interessantes, que em determinados momentos compartilhem dos nossos objetivos.
Eu os conheci o CTG no Hackathon do BRAPPS enquanto participava de uma outra equipe de desenvolvimento, achei interessante o trabalho deles e aguardei o cartão de visitas para quando houvesse a possibilidade de trabalharmos juntos no futuro. Assim como Germanno Teles, explorador do glass e professor de tecnologia na faculdade Fanor Devry, que de um contato profissional virou amigo pessoal por meio dos encontros não casuais que fizemos acontecer.
De maneira similar, me relacionei com o John Gators Sports Bar, que recebeu o I/O Brasília em área exclusiva, proporcionando não apenas o conforto como também a segurança que precisávamos para o evento. O primeiro contato com eles ocorreu em uma situação em que não pude me apresentar devidamente, mas mantivemos certa proximidade e quando a oportunidade surgiu, afinamos nossos discursos para trabalharmos juntos.
O I/O Brasília foi possível graças à coragem dos realizadores, ao apoio da comunidade de tecnologia e de curiosos que se interessaram por nossa ideia e também pelas pessoas que se propuseram a realmente ajudar. Quem teve uma sugestão e disposição para colocá-la em prática, foi recebido e integrado à lógica do evento.
Não é possível agradar todos o todo tempo, mas trabalhamos juntos no que acreditávamos e levamos a cabo toda a nossa programação. Os resultados diretos são muitos (presença de pessoas interessantes e interessadas, reconhecimento pelo Google como evento oficial, publicação no blog oficial do Google Brasil, aparição do GDG Brasília, saboreio da culinária do Mississipi), mas os intangíveis são ainda maiores.
Feliz com o resultado, agradeço a todos que deram sua contribuição, se dispuseram a discutir e se propuseram a aprender. O Mundo Através do Glass não é uma via de mão única, mas uma experiência aberta à interação com pessoas de experiências de vida diferentes e à aprendizagem por meio da discussão.
Onde ou o que você quer seja a próxima experiência #AtravésdoGlass?
Um Comentário
Silvio Rezende
Legal. Qual é a fonte? Como sabe disso? Voce conhece ela pessoalmente?
Wesley Cardoso
Interessante
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